Não sou religiosa nem crente, mas tenho imensos nomes bíblicos entre os meus preferidos.Claro que muitos deles são menos óbvios, como José, Lucas, Mateus,Pedro, por exemplo. Estamos tão habituados a eles que já não pensamos na Bíblia quando os ouvimos. Não têm aquele ar religioso evidente que Moisés tem, por exemplo. Talvez por ser muito menos usado, Moisés ainda remete automaticamente para o profeta. Para mim não é mau, pelo contrário, acho que torna o nome muito mais belo e simbólico. Quando era pequena gostava de adormecer ao som de uma história, contada quase sempre pelo meu pai. Ainda que não seja religioso, sempre gostou das histórias da Bíblia, e esse seu gosto passou para mim. Hoje vejo emMoisés um nome aconchegante, pacífico, inspirador.
Vou focar-me apenas no que diz respeito ao nome, porque a tão conhecida história de Moisés dispensa apresentações. No ano de 2012 nasceram 25 meninos portugueses chamados Moisés. No ano seguinte o número desceu para 16 e em 2014 voltou a subir um pouco, tendo nascido 20 rapazes com este nome. Moisés partilha algumas características com Mateus, o que o poderia ajudar a ganhar mais adeptos. Ambos bíblicos, começados por M, duas sílabas, 6 letras. Se as semelhanças com o apóstolo não forem suficientes, temos ainda o bíblico José para dar mais um empurrão. Será o pai de Jesus capaz de ajudar o profeta a ser mais apreciado? Às vezes bastam terminações parecidas para um nome ser mais usado. José é o nome masculino acabado em -é mais usado em Portugal, seguido por André e Tomé. Os três pertencem ao top 100 português, e Moisés, o 4º masculino -é(s) mais registado, podia muito bem fazer-lhes companhia. Em 2014, o 100º nome mais usado para rapazes teve 29 registos. Ou seja, mais 9 registos e Moisés igualaria a popularidade desse nome. 9 registos é algo que muda facilmente de um ano para o outro; recordemos que de 2012 para 2013 a diferença entre os registos foi precisamente essa.
Temos ainda Miriam a ajudar o seu irmãozinho. Miriam ficou em 50º lugar no top 100 feminino em 2014, precisamente a meio da tabela, com 150 registos. Acho que têm ambos a mesma força, para além de andarem de mãos dadas de cada vez que se conta a história do menino que foi colocado num cesto num rio.
Moisés deriva de Moses, como se diz e escreve em inglês. Este, por sua vez, vem do hebraico Mosheh que muitos apontam como derivação do egípcio mes, "filho". Em hebraico também pode significar "entregar", "transmitir", "libertar".
Algumas variantes de Moisés: Musa (árabe, persa, turco), Mose(alemão), Moshe (hebraico), Mózes (húngaro), Moss (inglês), Moisey (russo).
Gosto de ser optimista e pensar que Moisés pode um dia ter a mesma sorte que outros nomes bíblicos tiveram ou estão ainda a ter. Noah, por exemplo, que rapidamente associamos à Arca de Noé, é considerado um nome moderno e uma grande tendência. Moisés, apesar de não ser tão internacional, é perfeitamente usável em países de língua espanhola, e sendo o espanhol uma língua que se difunde cada vez mais, arrasta consigo cultura e também nomes espanhóis. José tem o mesmo "problema". O som -é não é dos mais intuitivos na língua inglesa mas isso não impede José de ser dos nomes mais usados de sempre. Mateus, com esta grafia e sonoridade, também não é do mais internacional que há. Mas isso não é impedimento nenhum. Nomes assim são muito mais portugueses, característica que está a ser muito valorizada.
Eu usaria Moisés sem problemas. E vocês? Gostam deste nome a ponto de usar?
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