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Um dos momentos de maior discussão entre casais, durante a gravidez, é a escolha do nome da criança. E não é para menos: uma pesquisa da Universidade do Noroeste, em Illinois (EUA), investigou os efeitos permanentes do nome de uma pessoa na sua identidade, desde a formação na infância. Os resultados, segundo eles, justificam porque os livros de nomes de bebês são tão procurados e a escolha, em geral, é muito ponderada até que se chegue a um consenso entre pai e mãe.
A pesquisa foi feita em países de idioma inglês, onde há alguns nomes usados tanto para homens quanto para mulheres, como Ashley e Shannon. Entrevistas com os pais e testes sociológicos mostraram que nomes assim podem trazer problemas de identidade às crianças. Segundo eles, há alguns nomes sonoramente masculinos e outros femininos, e é recomendável escolher um “bem definido”. Uma enquete na Inglaterra mostrou que um em cada cinco casais se arrepende do nome que escolheram para os filhos. Na maioria das vezes, o arrependimento é devido ao nome ser “incomum” ou “diferente”.
Mas a influência, segundo os psicólogos, vai além da identidade sexual. Entre os pesquisados, meninas com nomes sonoramente mais femininos (em geral, que terminam com “a”) tendiam a escolher cursos de humanas na faculdade, enquanto as que tinham nomes “unissex” pendiam para as exatas. Assim, os efeitos da escolha não estão limitados ao comportamento, embora o estudo também tenha observado algo nesse sentido.
O estudo condena nomes muito complicados (que entram no argumento do “diferente”, citado acima). É preciso, segundo eles, ter cuidado com o modo como o nome é soletrado e o quão incomum ele é. Nomes de ortografia diferente da comum (tais como Raphael, Marcus, Gabrielly), em que a pessoa precisa soletrar sempre que fornece o nome por algum motivo, têm efeito psicológico negativo.
Também foram analisadas as raízes da escolha dos nomes. Numa delas, a socioeconômica, os pesquisadores concluíram que também há uma tendência. Um dos pesquisadores literalmente destrinchou os nomes para observar que fonemas eram mais comuns em determinados grupos sociais, dos quais alguns soam mal de qualquer maneira, devido a um preconceito cultural (ele cita o exemplo “George”). Segundo ele, existem nomes que em geral são dados a pobres e outros a ricos.
Fenômeno parecido é observado por aqui, onde os ricos têm nomes de apóstolos de Cristo, tais como Pedro, João ou Marcos, e as meninas levam nomes simples, embora haja uma boa variedade. Enquanto isso, a classe baixa prefere Willianson, Dionatan ou Edenílson, para os meninos, e Gislayne, Keyla ou Jucileia para as meninas. Isso quando não tiram nomes de letras de música, ou de atores famosos, pronunciados e soletrados à sua maneira.
Essa tendência, segundo o pesquisador, tem consequências fortes. Nomes que soam como “nome de pobre” pode marcar a identidade da pessoa, não apenas por conta dela própria como pela sociedade em geral. Escolhendo, por exemplo, entre um Paulo e um Wandernelson, as pessoas estariam predispostas a confiar na palavra, a contratar para um emprego ou a ser mais simpáticas com Paulo. Quanto a nomes insólitos ou esquisitos, o pesquisador afirma que podem causar uma queda da auto-estima das pessoas.
Alguns pais gostam de dar um nome totalmente incomum ao filho, para que ele seja único e não “apenas mais um na multidão”. Isso também tem efeitos observáveis; crianças com nomes “únicos” tendem a ser mais isoladas do círculo social, e vice-versa. Há muito o que se considerar quando se escolhe para um filho algo que ele provavelmente vai carregar por toda a vida. [Live Science]
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